A Marcha no Tocantins

A construção da Marcha Mundial das Mulheres no Tocantins está diretamente relacionada à atuação das militantes do movimento estudantil, responsáveis por apresentar e difundir o pensamento e as bandeiras do movimento a mulheres de outros segmentos e movimentos sociais no Estado.

No movimento estudantil, a Marcha teve papel fundamental ao trazer, inicialmente para o ambiente universitário, o debate e uma visão de combate ao machismo e às demais opressões a ele agregadas. Da universidade, o debate se expandiu e vem sendo construído conjuntamente com mulheres de outros campos e movimentos sociais, agregando às pautas dos movimentos classistas a luta das mulheres feministas, anticapitalistas, antirracistas e anti homofóbicas.

Presente em Palmas, a Marcha ganhou militantes em municípios do interior, também a partir da construção das mulheres do movimento estudantil. Em Araguaína, as jovens universitárias criaram o Núcleo Olga Benário para fortalecer a atividade desta na militância estudantil. Isto refletiu diretamente na participação das mulheres militantes nos espaços políticos da universidade. Estas, se tornaram protagonistas, disputando e vencendo eleições para Centros e Diretórios acadêmicos. São hoje referência no ME e, por meio do núcleo, levam as bandeiras da Marcha e seus debates para além do espaço acadêmico. 

Nesta perspectiva de que o debate feminista precisava ultrapassar os muros da universidade, a Marcha realizou um evento intitulado Primavera Sem Flores, que consiste em debates acerca da problemática enfrentada pelas mulheres, além de atividades de rua como intervenções por meio de lambe-lambes, atividades culturais feministas, que reafirmam o papel da mulher como protagonistas, e outras manifestações para levar às mulheres (re)conhecimento da pauta feminista, como marcha pelas ruas da cidade e a batucada. 

Em 2012, o Primavera Sem Flores chegou a sua 3ª edição e, a cada ano, reúne no Campus da Universidade Federal do Tocantins, em Araguaína, mulheres e homens em torno dos temas em pauta.

A experiência do núcleo Olga Benário inspirou militantes do ME em Palmas à criação do Neafu. Há cerca de um ano, as feministas que o integram se reúnem, debatem e provocam o diálogo por meio de atividades como o Festival Cultural Feminista, realizado em 2012 e ‘lambes’.

Em outros municípios e movimentos sociais, para além do universitário, a Marcha Mundial das Mulheres também está presente no Estado e o encontro entre estas feministas se dá em espaços de formação coletiva.

Neste, reúnem-se mulheres de diversas realidades, que trocam experiências e podem compartilhar as vivências das companheiras. Estes encontros se propõem a trazer para estas mulheres a perspectiva de que muitos dos debates e das experiências vivenciadas no local são sentidas e enfrentadas pelas mulheres do país inteiro e, em muitos casos, em âmbito internacional. Reforça que o machismo é uma realidade a ser combatida em todo o mundo e que não há outro caminho senão implantar o feminismo para construirmos uma sociedade justa e igualitária.

Assim, seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

Nenhum comentário:

Postar um comentário